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Foto do escritorDane Souza

Bandas Organizadas Independentes, 2014

Atualizado: 5 de ago. de 2018


Não será tão fácil montar um texto sobre o coletivo que criamos em novembro de 2014 em poucas (ou muitas linhas). Seria necessário um livro. E ele será lançado em seu devido tempo. Não conseguimos atingir nem a metade de nossos objetivos, mas ainda assim, desenvolvemos um trabalho importante na cena autoral do litoral catarinense.

Assim como em diversos outros relatos, esse também tem relação direta com o Blumenews e minha faculdade de jornalismo. Em 2013, eu já divulgava com frequência as agendas culturais das praias e do Vale do Itajaí, quando precisamos montar um documentário em grupo para uma das disciplinas do curso. Quase que por unanimidade, escolhemos reportar as dificuldades sofridas pelos músicos locais que se apresentavam com músicas próprias.

Entrevistamos produtores e nos aproximamos da Yellow Box, Café Brasilis, Luke I Am Your Father e dos Helvéticos. Batizamos o filme de “Faça Você Mesmo” e ele estreitou bastante meu interesse no gênero, já que as composições eram ótimas e tinham um potencial pouco explorado pela mídia tradicional. Naturalmente, foi esse o tema do meu TCC (e os dois vídeos estão na aba referente aqui do site).

Nesse tempo, conheci a surpreendente Scarlett, a vibrante Ninguém Sabe e a poderosa Ou3tórya. E não apenas eles. Se via claramente que aquela cena autoral tinha algo a mais. Ou melhor, se escutava. E como todos eventualmente se encontravam no Green Pub, as relações ficaram mais fortes e resultaram em um coletivo de músicos que levantaria bem auto a bandeira do som próprio.

Porém, nada seria possível sem o direcionamento aplicado por Carlos Silva, dono do bar que veio para Santa Catarina com uma vasta bagagem de radialista e de produtor musical no Rio Grande do Sul.

Marcamos uma reunião no fim de 2014 com as cinco primeiras bandas. Apareceram oito. E na outra semana, vieram mais duas. Organizamos em abril o primeiro festival para apresentar o projeto ao público e a casa lotou. Não tinha mais espaço.

Dois meses depois, tínhamos mais alguns grupos caminhando conosco e fizemos um evento sem precedentes no teatro de Balneário Camboriú. Quatro noites consecutivas de rock autoral entre as cortinas. Sem descanso. Nos últimos dias de junho, participamos da Festa dos Amigos de BC (uma espécie de Stammtisch na beira da praia). E emendamos tudo isso com um evento mensal no Gas Station Pub, que foi até dezembro e se renovou para o ano seguinte.

Mas aquela primeira temporada ainda teve a festa de aniversário da associação, que deu um baita prejuízo financeiro. Fizemos em um local sem alvará, então pagamos pelas licenças, pelos bombeiros, não tivemos ingressos esgotados, mas tudo valeu a pena pelo que vimos em cima do palco.

Com o verão chegando e a marca com boa receptividade, ganhamos uma data semanal em um bar de Piçarras. Porém, na prática, os resultados não foram muito positivos.

Estreitamos laços com 'O Clube', coletivo de Florianópolis, e passamos a convidar uma (ou mais) banda(s) de fora da BOI para cada festa marcada no Gas Station. Enquanto isso, os grupos daqui lançavam discos, montavam também seus próprios eventos e sempre estávamos lá com a banca oficial da associação. Isso também aconteceu em diversos shows nacionais que aconteciam por aqui, além de festivais consagrados como o Rock ‘n Beer, de Itajaí.

Em 2016, fomos convidados para palestrar sobre o movimento no Grito Rock de Blumenau, onde a Ou3tórya ainda apresentou um set acústico. Até lá, também demos entrevistas em rádios, em programas regionais de TV e fomos matéria por algumas vezes na Ric Record e na RBS TV, filial da Rede Globo na época. Além de também sermos citados em uma tese na USP como um exemplo de estrutura que deveria ser seguido no cenário da música independente.

Porém, na prática, tudo já estava desmoronando. Aquela união que existia no começo, que sempre deu certo por conta da entrega e da voluntariedade de cada um, passou a ficar escassa. Houve desgaste pela cobrança e gradativamente alguns integrantes foram se afastando.

Em 2017, participamos apenas da (última) edição (nossa) na Festa dos Amigos, que por muito pouco não nos tirou o resto do caixa que tínhamos guardado. Caixa que seria utilizado para a produção de uma coletânea em CD e do DVD daquele show do teatro, que aconteceu em 2014. Mas não tínhamos nem a metade do dinheiro.

Atualmente, luto para que esses produtos possam ser lançados e deixem registrado um ótimo momento que vivemos por aqui. A grande maioria discorda, já que ambas as mídias já não contam com a popularidade que tinham há poucos anos atrás.

E é por isso que este texto acabará sem conclusão nenhuma. Em teoria, o coletivo ainda existe, mas não concorda mais em nada. Espero, em breve, poder escrever outro relato contando pra vocês que, agora, os tempos são outros.


BANDAS QUE FAZEM (OU FIZERAM) PARTE DO MOVIMENTO

  • Batêra Turbinada

  • Buffalo Hill

  • Caledonia Fuzz

  • Calendário Maia

  • Casa de Orates

  • Comodoro

  • Estiveback

  • Gofa!

  • Grr'over

  • Helvéticos

  • Herméticca

  • LuPa Musical

  • Ninguém Sabe

  • Nelsons Trap

  • Óros Bóros

  • Ou3tórya

  • Ruca Souza

  • Scarlett

  • Saint Pradier

  • Silêncio de Chumbo

  • Supernova Jam

  • Universus

  • Yellow Box

  • Zorrilhos

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