Depois que comecei a cursar jornalismo, não demorou para que meu interesse na área fosse direcionado à música, artes e qualquer outra manifestação cultural. Na faculdade, abordava o assunto sempre que podia e pelo portal Blumenews, fazia o mesmo com as coberturas e com a agenda do fim de semana.
E foi assim que escrevi uma matéria anunciando a vinda da banda gaúcha Acústicos & Valvulados para o Magic Bus, em Porto Belo. Como descrito em outro texto, eu até já tinha encontrado e conversado com o vocalista Rafael Malenotti, mas nunca tinha visto ao vivo aquele grupo que eu gostava desde o fim da década de 90.
A data era 28 de dezembro, entre o Natal e o Ano-Novo. Minha família já tinha viajado para o Reveillon e eu iria no dia seguinte, de ônibus. Portanto, estava sem carro, em Balneário Camboriú. E teria que dar um jeito de chegar, perto do horário marcado, até o topo do morro que separa Porto Belo da praia de Bombas.
Fui até o ponto mais próximo de casa e peguei uma Praiana até o seu destino final, que era a rodoviária de Porto Belo. Dali até o pé do morro não era uma distância tão grande, mas subir aquilo andando foi um pouco mais desgastante do que eu esperava.
Cheguei ao cume com a energia beirando o zero, mas ainda teria tempo para me recompor até o início da festa. E como a temporada de verão já havia começado, era certo que o lugar ficaria socado. E ficou.
Além de animado, o show foi especialmente exclusivo. Foi certamente um dos últimos da turnê de ‘Grande Presença’, já que eles lançariam ‘Meio Doido E Vagabundo’ no ano seguinte. E não foram poucas as músicas inéditas tocadas naquela noite.
Sinceramente, não lembro como voltei pra casa, mas é muito provável que tenha sido de carona. Meu cunhado, que mora em Bombinhas e também estava por lá, seguiu na direção oposta. Mas o fato é que cheguei com segurança.
Em 2015 eles voltaram ao litoral e desta vez tocaram bem perto de onde eu morava. A apresentação foi no Gas Station Pub de BC no dia 6 de junho, um sábado.
Quando cheguei lá, a banda estava bebendo praticamente sozinha em um canto não muito reservado. Me aproximei, fiz uma reverência e eles imediatamente me aceitaram na roda. Relembrei o show de anos atrás, eles me falaram da ralação que tem sido sobreviver nesse mercado e conversamos sobre a cena autoral, tanto gaúcha como catarinense.
No palco, eles simplesmente quebraram tudo. Já começaram com “O Nome Dessa Rua”, emendaram um clássico no outro e tocaram até “Cowboy Fora da Lei”, do Raul Seixas. Destaque (já que eu adoro baladas) para “Corações Partidos” e “Céu da Noite, além das eternas “Bubblegum”, “Quem Me Dera”, “Remédio”, “Até A Hora de Parar” e também as covers de “Get Back” e “Sob Um Céu de Blues”.
Vida longa pra essa chalaça.
E você pode acompanhar um pouco de tudo isso abaixo.
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