23 de novembro e uma daquelas bandas que eu gostava desde o primeiro disco estaria em Blumenau, em um dos shows de lançamento do seu novo trabalho ao vivo. Seria mais uma daquelas situações onde, sozinho, eu pego o carro e sigo em direção ao destino. Mas no caminho, possivelmente peguei meu ex-sócio do Blumenews na casa dele e fomos juntos para a Rivage, local da apresentação.
Chegando lá, ainda na parte de fora, vi o baixista Nando Endres passar em minha frente e, quando ele voltou, trocamos algumas simpáticas palavras. Lá dentro, meu amigo conversou com os organizadores da festa, que na época eu conhecia mais de vista do que pessoalmente, e eles não economizaram na gentileza. Nos mostraram o caminho dos camarins e poucos minutos depois, estava na mesma sala com a CNJ.
Logo de cara, Mano Changes me oferece uma cerveja. Fredi também foi gente boa, com sua clássica marra de sempre, mas fiquei boa parte do tempo conversando com Nando. Outro que estava lá era Edu K, eterno líder do De Falla. Ele participaria de algumas músicas naquela turnê, mas não deixei de contar pra ele que sempre gostei de “It’s Fuckin’ Boring To Death”, faixa de sua banda que fez um certo barulho ali no começo dos anos 90.
Em cima do palco, que chalaça. Clássicos como “Merda de Bar” e “Rap do Trago” ganharam uma nova cara naquela versão ao vivo. E o show, naturalmente, foi hit atrás de hit. “Arrastão do Amor”, “Toda Molhada”, “Martiny”, “Fubanga”, “Cowboy”, “Ah! Eu Tô Sem Erva”, “Melô do Analfabeto” e “Detetive” colocaram todo mundo pra pular.
E antes da execução de “Popozuda Rock ‘N Roll”, a banda simplesmente chama todas as meninas que quiserem subir no palco ali pra cima e o baile segue daquele jeito que só eles sabem inflamar. Se não me engano, a última música foi a releitura de “Tudo Que Ela Gosta De Escutar”, do Charlie Brown Jr, que naturalmente não deixou por menos.
Fim de show. E que show. Agora, teoricamente, faltaria só voltar pra casa. E foi aí que a coisa, por pouco, não ficou bastante salgada. Eram quase 05h da matina quando saí do local do evento e peguei a BR-470 para retornar ao litoral. Fazia tempo que eu não passava por ali, já que geralmente fazia o mesmo percurso pela 101. Então, eu certamente não sabia das novas lombadas eletrônicas que teriam sido implantadas no trajeto.
Já perto de Gaspar, o primeiro susto. Não devia estar abaixo dos 100 km/h quando vi aquele flash piscando em minha frente junto com uma sirene de alarme, que o marcador de velocidade apita quando você passa acima do permitido.
Fiquei puto da vida. Naturalmente tirei um pouco o pé e fui com bastante calma nos trechos seguintes. Até que, desconfiado que o caminho estaria livre, retomei o ritmo. E quando estava de novo acima dos 100 km/h, mais uma luz, outra sirene. Em teoria, mais uma multa. E seriam duas daquelas de te deixar pobre, pois passei em ambas com mais que o dobro do permitido.
Perdi o sono por algumas noites até que as recebesse pelo correio ou que fossem jogadas no sistema do Detran. E isso felizmente não aconteceu. As lombadas ainda estavam em período de testes e as multas registradas naquele momento não seriam cobradas.
Mantive certo contato com Nando Endres depois daquilo. E três anos depois, em julho de 2016, ele me avisou que contaria comigo no público do show que fariam no Ahoy, novamente em Blumenau. Tanto que pediu para que eu fosse falar com eles, se de fato, estivesse lá.
Foi mais um bate-e-volta que valeu a pena. Mesmo que eu tenha ido sozinho ou que o segurança da casa não tenha deixado eu falar com a banda. No palco, mais um espetáculo. A base do show não foi muito diferente, mas desta vez, eles surpreenderam com alguns covers notórios, como as releituras de “Come As You Are”, “Give It Away”, “Killing In The Name”, “Paranoid” e “Back In Black”.
Desde então, eles voltaram pra região mais algumas vezes, mas não consegui acompanhar os shows. Espero que eles continuem na ativa por muito tempo e que nos reencontremos ainda muitas vezes nessa longa estrada da música.
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