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Foto do escritorDane Souza

Identidade, 2013


No começo de 2013, um amigo me apresentou uma série de bandas gaúchas que estavam estourando em uma chamada ‘nova geração’. E lembro de ter gostado (muito) de três delas: Cartolas, The Jalmas e Identidade.

Com o tempo fui saber que Carlão, o dono do bar que eu frequentava perto de casa, conhecia o vocalista do Cartolas desde a infância. E que os Helvéticos, banda que eu havia conhecido e me tornado amigo depois de um documentário produzido para a faculdade, já havia trazido a Identidade para o litoral catarinense e que repetiriam o convite no mês de outubro daquele ano.

Seriam dois shows separados por dois dias, um em Itajaí e o outro em Porto Belo. O primeiro foi no antigo Greenwich Pub e eu não tinha como ir e nem voltar. A carona que consegui seria só de ida, mas deixei para resolver o retorno mais além.

A noite começou com os Helvéticos, que na época ainda trabalhavam o primeiro disco. Uma banda daqui que sempre gostei e que muitos comparavam o vocal ao da Cachorro Grande. Porém, pra mim, a sonoridade entre as duas sempre foi incomparável e a obra dos catarinenses de Bombinhas tinha um conteúdo muito mais interessante, além, claro, do ritmo e da pegada.

Depois foi a vez dos malucos da Identidade. Que figuras. O vocalista Evandro Bitt é uma peça única e o estilo do grupo não era nada parecido com o que eu presenciava na cena fonográfica da época. Mereciam um lugar muito mais ao sol do que eles tinham.

Como eu já conhecia quase todas as músicas, não descolei do pé do palco e filmei boa parte da apresentação. No fim, o grupo se misturou ao público no bar e conversei com todos os integrantes. Quando comentei que estava há meses esperando por um show deles e que me joguei pra lá sem carona de volta, eles não tiveram dúvida e responderam na lata: “a gente te leva pra casa”.

No caminho, eles perguntaram por alguma lanchonete que estivesse aberta naquele horário e indiquei o Tropical Lanches, que ficava a poucos metros de onde eu morava. Fui convidado pra comer com eles, mas ainda teria que colocar no ar as notícias do Blumenews e o dia já estava clareando. Tive que recusar, mas avisei que os encontraria de novo no Magic Bus, em Porto Belo.

E lá estive. Quando me viu, Vandu já me chamou e tomamos algumas cervejas em meio a um papo pra lá de agradável. Entraram os Helvéticos, depois a Identidade e mais uma vez as bandas fizeram o local estremecer toda aquela estrutura de madeira.

Mantive bastante contato com a banda nos anos seguintes e eles demoraram para voltar, mas quando voltaram, parecíamos amigos de infância. E embora a gente não se conhecesse há tanto tempo, a relação com certeza era verdadeira.

Em 2017, eles vieram por duas vezes ao Mercado Pirata, em Balneário Camboriú. Foi uma temporada em que saí pouco de casa para assistir música ao vivo, mas estive presente em ambas as apresentações. E as duas pegaram fogo.

Nestes shows, eles tocaram “Balada do Pistoleiro”, uma das que eu mais gostava e que não estava presente no antigo repertório. E se não bastasse, uma delas teve a participação do vocalista do The Jalmas, que morou durante um tempo por aqui e sempre trabalhou junto com os caras. Bitt também encontrou o cenário perfeito para sua performance, já que passava boa parte do show cantando em cima do balcão do bar e voltando ao palco pelo meio da galera. Em certo ponto, Evandro inclusive me apontou o microfone e cantei com ele uma parte de “Jogo Sujo”.

Aliás, se você nunca ouviu a ID, não é tarde para começar. Atualmente eles estão em hiato, mas todos esperamos que não dure muito. Então, além das faixas supracitadas, não deixe de conferir “Lucy Jones”, “Cão E Gato”, “Não Para de Dançar”, “Mau Humor dos Diabos”, “Miss Sixty”, “Belos Retratos”, “Casa de Loucos” e tantas outras disponíveis a um clique de distância.

Se o primeiro disco deles foi gravado ainda com o nome de Identidade Zero, acho que muitos perceberam e se deram conta que aquilo não refletia exatamente o que se escutava. Composições graúdas, riffs marcantes e muita personalidade que fizeram com que eles se adaptassem ao modo mais prático.

Aí foi só tirar o “Zero”...


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