top of page
Foto do escritorDane Souza

Jupiter Maçã, 2015


Era dia 2 de julho e não tínhamos como ficar de fora dessa. Mesmo já tendo visto uma baita apresentação do Mr Apple no Psicodália, no início daquele ano, ele estava de show marcado aqui pra região e, na linha temporária dos acontecimentos, iria praticamente abrir o show dos Helvéticos, banda parceira que, por trás das cortinas, foi a responsável por trazer esse ícone para Santa Catarina.

Confesso que demorou um pouco para eu conhecer bem quem realmente era Flávio Basso. Passei boa parte da infância me concentrando no mainstream gaúcho e na adolescência pulei direto pra geração de Acústicos & Valvulados, Comunidade Nin-Jitsu e Maria do Relento. Talvez tenha sido já com residência no litoral que a obra de Júpiter tenha me ficado mais clara. Além disso, boa parte dos amigos que fiz em BC e Itajaí eram gaúchos e tinham para o TNT um lugar certo no pódio.

Foi nesse período que meu gosto meio torto escolheu sozinho a música dele que a gente mais gostava. E ela foi logo a segunda do show de Porto Belo. Estávamos presentes no evento com a Banca da BOI e quando ouvi os primeiros acordes de “Querida Superhist”, liguei a câmera e pedi pra que algum parceiro segurasse as pontas até que ela terminasse.

Voltei pro meu posto, não lembro de a gente vendeu algum disco nesse dia, mas continuei apreciando tudo aquilo de camarote, já que a banca estava localizada longe do palco, mas em uma posição central. Ele continuou tocando hits da ‘Sétima Efervescência’ e de sua carreira solo, passou pelo “Lobo da Estepe” dos Cascavelletes e não deixou de fora um clássico cover dos Beatles.

Acompanhado de alguns músicos da Identidade, que eu já conhecia de tempos, eles voltaram para o bis e fecharam com “Cachorro Louco” e “Um Lugar do Caralho”.

Depois foi a vez dos Helvéticos com a bela turnê que fizeram depois do lançamento de ‘Hipnose’, gravada em Porto Alegre no estúdio onde Júpiter trabalhava, a Marquise 51. O vocalista Cainã Moreira inclusive nos contou que conversou algumas vezes com Flávio durante o processo de gravação e que ele teria gostado muito do que estava ouvindo.

No fim, foi a última chance dos catarinenses presenciarem o Mr Apple mais de perto. Poucos meses depois, em dezembro, dias antes do Natal, ele faleceu em um acidente doméstico e deixou uma legião de fãs e admiradores órfãos e chocados com a precoce notícia.

Descanse em paz (e com uma bela trilha sonora), man.

4 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page