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Foto do escritorDane Souza

Maria do Relento, 2013


Acredito que esta tenha sido a última vez em que fui no antigo Ahoy, que ficava na Rua Paraíba. E apesar de ter ido sozinho de Balneário Camboriú até Blumenau, encontrei por lá meu ex-sócio do Blumenews e um amigo que abriria o show principal com sua banda em formato semi-acústico.

Sexta-feira, 24 de maio. Faltava pouco para que, enfim, eu pudesse acompanhar ao vivo uma das bandas alternativas do rock gaúcho que mais gostei, desde seus primeiros trabalhos. Muitos talvez se lembrem apenas de “Conhece O Mário?” ou “Ritmo de Festa”, que tiveram grande rodagem na MTV e que estigmatizou o grupo dentro de um gênero cômico.

Porém, a partir do segundo disco, eles começaram a mesclar estilos. E no quarto, produzido pelo vocalista do Nenhum de Nós, praticamente deixaram a zoeira para trás e chegaram com composições graúdas e maduras.

Em 2013, eles tinham recém lançado o single de “Farofada Rock N’ Roll”, que (ainda) não entrou em nenhum disco. E por mais que algumas das músicas que eu estava esperando não tenham sido tocadas, o repertório foi na medida para uma noite histórica.

Além dos clássicos, o público não parou de pular com “Beep Beep (Vamos Voar)”, “Epilético”, “Corcel 72”, “Fevereiro”, “Zero A Zero”, “O Vagabundo” e “É Fácil Dizer Adeus”. Da fase mais ‘adulta’, “Um Tanto Estranho”, “Náufrago”, “Quero Te Levar” e “Nem Todo Dia É Igual” completaram o que podia faltar na noite.

Depois do show, claro que fui falar com os músicos e praticamente fiquei ‘amigo’ de Peppe Joe. Falei pra ele das músicas que eu gostava que não estiveram presentes e da baita versão pra “Virgínia”, dos Mutantes, que não deveria ficar de fora.

Não sei se é meu rosto meio torto ou qualquer outro detalhe particular, mas parece que, quando eles voltam, alguns se lembram daquele doido que ficou perturbando a banda na vez passada.

Três anos depois, no dia 30 de setembro, eles voltaram para o Ahoy, desta vez situado na Rua São Paulo, e mais uma vez peguei o carro com destino a Blumenau. Outra noite solitária onde só o que importava era assistir a banda em cima do palco.

Conversei com eles antes e depois da apresentação e o vocalista algumas vezes falou comigo ao longo do show. Ele sabia que eu tinha todos os discos, com exceção dos independentes, e as vezes virava pra mim e soltava: “essa é de um lançamento nosso que nem tu tem conhecimento”.

E claro que eles viram que eu estava filmando boa parte do show, já que em 2013 ainda não tinha um telefone com câmera e não estava com minha máquina na data em que os vi naquela ocasião. Porém, eles pensavam que eu publicaria apenas trechos de algumas músicas. E a intenção era quase essa, mas como tive receio de desperdiçar um bom material que já estava gravado, coloquei no ar praticamente o show inteiro. E o Peppe não gostou muito.

Mas como eu poderia deixar de fora tudo que foi registrado naquela noite? Você pode assistir ao vídeo mais abaixo e me responder, se quiser. Me dedicaram “Virgínia”, tocaram quase todas as suas melhores músicas e ainda fecharam com uma série de covers que teve Raimundos, Zé Ramalho, Agnaldo Timóteo, Jupiter Maçã, TNT, Graforréia Xilarmônica.

Então, Peppe, me desculpe, mas eu gravaria tudo de novo.



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