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Foto do escritorDane Souza

Michael Jackson, 1993

Atualizado: 13 de ago. de 2018


Nunca escondi de ninguém que sempre gostei de Michael Jackson. Não serei repetitivo de citar todo um contexto pra justificar a soberania desse cara no início dos anos 90, até mesmo porque ele já tinha consigo o absoluto título de Rei do Pop.

Minha primeira lembrança dele possivelmente estará na era do ‘Bad’, mas foi com ‘Dangerous’ (e naturalmente com a MTV) que aquele sujeito que, inexplicavelmente ficava mais branco a cada disco, conquistou de vez a porra toda.

E nem tinha como ser diferente. A música era boa e os videoclipes eram sempre produções milionárias e inovadoras. Porém, Michael já enfrentava acusações de pedofilia naquela época. Calúnias que nunca foram comprovadas, mas que definitivamente ajudaram aquele artista que nunca teve infância a definhar cada vez mais.

Patrocinado pela Pepsi, que anos antes foi responsável por queimar o cabelo do Jackson mais novo durante a gravação de um comercial, a produção daquele palco era nada menos que um espetáculo. E o show? Obviamente digno de lotar duas vezes o maior estádio da cidade. Mas o que eu escutava nas arquibancadas enquanto esperava o show naquela data era sempre a mesma piadinha sem graça: Sabe por que o Michael Jackson não gosta de Pepsi? Porque ele prefere ‘Garoto’...

Pra ser bem sincero, não sei se com 12 anos eu já entendia o que eles estavam querendo dizer, mas aquilo me incomodava. Antes de sentar em uma das cadeiras do anel intermediário daquele templo, cheguei na capital depois do primeiro voo que fiz sozinho, sem a presença de meus pais. Lembro da autorização que precisamos fazer no cartório, da atenção das aeromoças com aquela criança esquisita que sentou na primeira cadeira, além de toca a receptividade do casal Almeida, que me recebeu em sua casa por duas noites.

Chegamos cedo no Cícero Pompeu de Toledo. E eu já torcia pro São Paulo. Foi a primeira vez que meus olhos arregalaram ao ver, de fora, aquele lindo monumento de concreto parcialmente iluminado. E lá dentro, já sentado, outra lembrança que não esqueço. A de fechar os olhos por alguns segundos, depois abrir e ver na frente um mar de gente que ocupava todos os espaços, inclusive no gramado.

Talvez o show em si seja a parte que eu menos tenha gravado. Era tudo tão grandioso, que depois que Michael Jackson apareceu pela primeira vez e ficou mais de três minutos parado no meio do palco antes de começar a cantar, o público simplesmente se deixou levar pelas canções e coreografias perfeitamente ensaiadas que viriam a seguir.

Foi histórico. Notório. E até hoje eu custo a acreditar que com menos de 13 anos eu já tivesse assistido dois dos maiores shows que o cenário fonográfico apresentava naquele momento.

A gratidão era tanta que eu nem reclamei tanto quando, menos de um mês depois, meus pais me deixaram em casa para ver a turnê da Madonna no mesmo templo sagrado. Ou por não ter vencido uma promoção da MTV que daria um ingresso pra acompanhar o Metallica no snakepit, uma área designada para fãs que ficava aberta bem no meio do palco.

SETLIST (Michael Jackson – 15/10/1993) Estádio do Morumbi - São Paulo, SP

  • Jam

  • Wanna Be Startin’ Something

  • Human Nature

  • Smooth Criminal

  • I Just Can’t Stop Loving You

  • She’s Out Of My Life

  • Jackson 5 Medley

  • Thriller

  • Billie Jean

  • Will You Be There

  • Dangerous

  • Black Or White

  • We Are The World

  • Heal The World



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