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Foto do escritorDane Souza

Nazareth, 2013


Poucos meses depois de começar a estudar Jornalismo em Itajaí, um amigo da faculdade da época em que fiz Publicidade me convidou para escrever sobre o futebol local no blog que ele havia montado tempos antes. Aceitei, mas deu um monte de palpites. E o primeiro deles foi que não seríamos mais um blog, mas sim um portal de notícias.

Ficamos sócios, buscamos pequenos investidores, não encontramos e recorremos a empresas de alguns familiares, que nos conseguiram ao menos um anunciante fixo que pagou os primeiros custos da reforma. Com o novo site, dividimos as notícias em editorias e rapidamente tomei gosto pelo setor cultural.

Implantamos uma agenda com a programação dos fins de semana em um período onde nem o Santa (da RBS) estava fazendo isso. Aliás, como trabalhava de madrugada para deixar o portal atualizado pela manhã, dei alguns furos no principal veículo da região. Sempre recebíamos o boletim da PM por volta das 04h da manhã, então pouco tempo depois, se houvesse algum crime de maior repercussão, a gente teria publicado antes.

Foi assim com um assalto grande ao Restaurante Chinês, onde trancaram todo mundo no banheiro e fugiram com o carro do proprietário. E também com notícias que envolviam os times de futebol, algumas com o Metropolitano, mas principalmente com o BEC, que os principais jornais ignoravam nos primeiros meses de retorno aos campos.

Sei que fui longe no assunto até chegar no principal ponto, mas como praticamente todo o meu trabalho no Blumenews se perdeu depois de um problema que tivemos com o servidor do site, tenho que deixar a informação registrada em algum lugar.

E esse show do Nazareth, que aconteceu na Rivage no fim de fevereiro de 2013, foi um que cobrimos juntos e que terminou de uma forma que ninguém poderia imaginar. Você consegue pensar em um show deles sem o maior clássico, “Love Hurts”? Pois então.

Antes de começar, fomos até um dos camarotes, já que meu sócio conhecia o proprietário do local, e ele nos mostrou, bastante orgulhoso, a coleção de discos de vinil que tinha da banda. E a casa estava lotada.

Como a assessoria havia nos prometido uma entrevista e estávamos com o acesso (praticamente) livre, tentamos conversar com os músicos, mas não nos foi permitido. Começou o show e tudo parecia correr bem, apesar do forte calor que fazia lá dentro.

A partir da quarta ou quinta música, percebia-se que o vocalista Dan McCafferty já não estava com aquela corda toda. Poucos minutos depois, ele colocou a mão no peito, parou de cantar e abandonou o palco. Como estávamos próximos, tentamos chegar perto pelos fundos. Abrimos uma porta e vimos o escocês recebendo atendimento médico, mas fomos imediatamente escorraçados do local.

Ficamos na espreita para conseguir uma informação, pelo menos sobre o estado de saúde dele, mas obviamente ninguém nos falou nada. Depois de mais algum tempo, vimos a banda passando correndo entre alguns corredores e fomos atrás. Não conseguimos chegar muito perto e apenas os vimos embarcar em uma van.

No dia seguinte, nossa cobertura estava no ar.

E se perdeu com aquele blackout que o servidor teve anos depois. Hoje, aliás, se você procurar exclusivamente esse detalhe da apresentação do Nazareth em Blumenau naquela data, não vai encontrar o verdadeiro motivo.

O show foi bom enquanto durou (e Dan ficou bem ainda antes de deixar o recinto), mas, como já havia anteriormente dito, eles não tocaram “Love Hurts”.



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