Não sei exatamente em que parte do tempo se passou esse período, mas ele com certeza merece um registro, pois foram pelo menos quatro shows do Tihuana que acompanhei de perto em um intervalo de menos de um ano.
O primeiro, acho que foi em Meia-Praia, em uma tenda montada dentro de um terreno que ficava ao fim da avenida principal. Chegamos cedo, ficamos colados no palco. E não foram poucas as vezes em que integrantes da equipe técnica jogavam pra plateia aquele cigarrinho proibido que careta não fuma.
Claro que a medida em que a popularidade da banda crescia, o hábito deixava de ser aplicado. Tanto que não lembro de ver acontecer de novo nas apresentações seguintes.
O segundo possivelmente foi no Café Pinhão, de Perequê. A balada que sempre trazia atrações nacionais na temporada teve mais uma vez a casa cheia com o palco que começava a ser montado em uma parte do estacionamento.
A ordem realmente se perdeu em minha memória. Acredito que ainda na temporada revi o grupo no Planeta Atlântida e no meio daquele ano, convenci alguns colegas de faculdade a nos jogarmos pra Brusque, onde eles tocariam na Fenarreco.
Como um fã-viúvo da antiga formação, que se chamava Ostheobaldo e que teve alguns videoclipes com rotação na MTV, tive certa resistência quando eles reapareceram com outro vocalista e com outro nome.
Porém, a cisma passou rápido.
O disco ‘Ilegal’ trazia uma grande mistura de ritmos, algumas regravações em português de sucessos latinos e abriu de vez a porta que o Charlie Brown Jr começou a arregaçar depois do estrondoso sucesso dos Raimundos. Bandas como Tianastácia, Rumbora, O Surto e algumas outras vieram no lastro e conquistaram um espaço na TV aberta que o rock nunca mais teve desde então.
No verão do ano 2000, não sei porque cargas d’água resolvi descolorir o meu cabelo (acho que eu queria pintá-lo de vermelho, mas depois ficou alaranjado) e essa época ficou marcada nas fotografias de um dos últimos grandes shows recebidos pelo Submarino Amarelo, saudosa casa noturna de Quatro Ilhas.
Naquela apresentação, Léo e Roman trocaram de instrumentos e ainda consegui conversar com todos os integrantes ao fim da noite. O baixista argentino se surpreendeu quando falei que “El Cafetón”, de sua antiga banda, era uma das músicas que eu ainda escutava na época.
Boas lembranças que, apesar de embaralhadas (não pelas razões que algumas letras deixam implícitas), jamais serão esquecidas.
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